segunda-feira, 23 de abril de 2012


Paulo Freire é declarado patrono da educação brasileira
O Diário Oficial da União publica hoje (16) a lei que declara o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira. O projeto de lei foi aprovado no início de março pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, em decisão terminativa, por unanimidade.
Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi educador e filósofo. Considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, influenciou o movimento chamado pedagogia crítica. Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído.
Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Foi preso em 1964, exilou-se depois no Chile e percorreu diversos países, sempre levando seu modelo de alfabetização, antes de retornar ao Brasil em 1979, após a publicação da Lei da Anistia.

Autor: Agência Brasil



Ministério vai dobrar o número de territórios etnoeducacionais

Cinco séculos após o primeiro contato do europeu com os índios, o Brasil avança para definir uma nova divisão territorial educacional para as nações indígenas. Até 2013, o Ministério da Educação deve dobrar o número de territórios etnoeducacionais. Atualmente existem 21, e outros serão implantados. Essa divisão territorial dos povos indígenas é importante para definir ações e políticas de educação escolar específicas para os diferentes povos. Os territórios indígenas não seguem a lógica espacial e administrativa do Brasil, ou seja, ultrapassam muitas vezes os limites de municípios e estados. O território etnoeducacional é um espaço de planejamento e de gestão dos programas e das ações do governo voltados para os índios. “Existem povos que estão localizados em dois, três e até sete estados. Ou seja, são sete estados com políticas diferentes para a educação indígena. Com o território, pensa-se e articula-se uma política única para cada povo”, explica Gersem Baniwa, coordenador geral de educação escolar indígena do MEC.
O território etnoeducacional do Rio Negro, no Amazonas, por exemplo, reúne 23 povos. Mas existem territórios com apenas uma etnia, como os xavantes, que são numerosos e estão espalhados em 14 municípios. “Com essa nova forma de gestão escolar indígena, haverá condições de planejamento e de elevar a qualidade de um ensino que tem suas especificidades”, diz Gersem.
Na próxima quinta-feira, 26, especialistas em educação escolar indígena reúnem-se no Conselho Nacional de Educação (CNE) num seminário para definir diretrizes para a educação básica e a formação de professores indígenas. “Além das diretrizes nacionais que serão definidas, os territórios vão complementar o currículo com as particularidades a serem ensinadas aos diferentes povos”, esclarece.
Segundo Baniwa, é preciso avançar principalmente em orientações para a educação infantil e o ensino médio. Entre as prioridades está a universalização do primeiro ciclo da educação básica e a formação de professores.
Hoje há 105,7 mil alunos indígenas matriculados em turmas do primeiro ao quinto ano (51,7%) e 4 mil indígenas em cursos de licenciatura intercultural em 20 instituições públicas. A graduação de licenciatura para indígenas é recente no Brasil. As primeiras turmas são de 2006. “Hoje temos 600 professores indígenas formados em licenciatura no ensino médio”, ressalta Gersem.
Apesar dos desafios, o coordenador afirma que os primeiros e mais difíceis passos já foram dados. “Temos 52% de alunos indígenas utilizando material específico. É uma grande conquista para a população indígena, num Brasil onde se falam 180 línguas. Não é nada fácil produzir material didático bilíngue indígena e de qualidade”, afirma.
Povos – A definição dos territórios e de uma política educacional diferenciada para os indígenas é uma forma de resgate da própria história do Brasil. “Não existem os indígenas do Brasil, mas o povo caiapó, o povo craô, o povo xavante”, comenta Baniwa. “Com o trabalho nas escolas, novas abordagens históricas nos livros didáticos, a gente nota que o preconceito quanto aos povos indígenas é menor.”
Esse reconhecimento dos povos indígenas como integrantes da identidade nacional também se traduz em números. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em duas décadas aumentou o número de brasileiros que se declaram indígenas. Em 1991, pelo menos uma pessoa se dizia indígena em 34,5% dos municípios. Em 2010, eles já estavam presentes em 80,5% das cidades brasileiras.

Autor: MEC
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17693



Gestores escolares participam de curso de formação do programa “A União Faz a Vida”
Ascom/Marcello Paulino
20/04/2012
No encontro, foram discutidos a importância da participação da equipe gestora no desenvolvimento do programa e como a realidade de cada comunidade pode influenciar no resultado das ações.
Aproximadamente 60 gestores e coordenadores das escolas municipais, estaduais e da rede particular de Lucas do Rio Verde participaram hoje (20) de um curso de formação promovido pelo programa “A União Faz a Vida”.
O curso tem como objetivo discutir com os profissionais, qual o papel do gestor escolar dentro do processo de desenvolvimento do programa e como as iniciativas se inserem dentro do cotidiano da escola e da comunidade local.
Doutora em Reformas e Inovações do Sistema Educacional pela Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, a pedagoga Silvana Lehenbauer, explica que tão importante quanto o engajamento dos professores e alunos, os diretores das unidades também devem estar alinhados com os conceitos do programa.
Em Lucas do Rio Verde, o União Faz a Vida está presente em todas as escolas, totalizando mais de 13 mil alunos e professores, envolvidos em projetos que contribuem de forma significativa tanto no aprendizado escolar, como na formação de cidadãos mais cooperativos.
No entanto, segundo a pedagoga, para que o programa alcance o resultado desejado, que é ultrapassar os muros da escola e atuar como ferramenta de transformação na comunidade, é necessário que toda a equipe profissional esteja atenta a realidade da escola e do local, onde a unidade está inserida, para que possam ser desenvolvidos projetos que tragam resultado efetivo. “Cada escola, cada bairro tem sua própria cultura e o gestor precisa estar atento a essas diferenças. Educação não se faz mais na escola, mas no contexto em que o aluno vive.”
A gestora da Escola Municipal Olavo Bilac, Luciana Bauer ressalta que o envolvimento dos gestores com os conceitos de cooperação e cidadania, difundidos pelo programa, reflete até mesmo na forma como eles administram a escola.
Segundo ela, a participação de todos os profissionais no desenvolvimento das ações fortalece o programa, desde o próprio processo de gestão democrática a elaboração do plano de desenvolvimento da escola, que é de onde saem os projetos e as ações do programa.
Somente no ano passado, foram desenvolvidos 23 projetos e dezenas de iniciativas que vão desde o incentivo a leitura a preservação ambiental. Em Lucas do Rio Verde, o União Faz a Vida é realizado através de uma parceria entre a Prefeitura de Lucas do Rio Verde e a Sicredi Ouro Verde, de Mato Grosso.

terça-feira, 3 de abril de 2012


Mestrado para professor de matemática terá 1.575 vagas


Professores de matemática que lecionam em escolas públicas poderão se inscrever em maio deste ano no único mestrado profissional semipresencial recomendado pelo Ministério da Educação, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O edital do exame de ingresso para a turma de 2013 tem previsão de 1.575 vagas.

Os professores precisarão fazer uma prova e os selecionados receberão uma bolsa da Capes no valor de R$ 1.200. Atualmente 2.500 professores da rede pública estão no Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat), que é coordenado pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). Participam do programa 59 instituições de ensino superior nas cinco regiões, num total de 74 polos presenciais.
O mestrado tem duração de dois anos e a tese final obrigatória é uma monografia sobre experiência de matemática do ensino básico que tenha impacto na prática didática em sala de aula. “É um mestrado para fortalecer o ensino da matemática na educação básica. Não dá para termos no Brasil alunos analfabetos em números”, diz Hilário Alencar, presidente da SBM. Em fevereiro de 2013, concluirão o mestrado cerca de mil professores inscritos em 2011, na primeira chamada do programa.

Murilo Sérgio Roballo, 43 anos, inscreveu-se em 2012 e foi o único dos candidatos a gabaritar a prova. “Sou professor há 25 anos, dou aula em dois colégios de ensino médio em Brasília, e foi uma prova tranquila”, afirma o professor, que faz as aulas presenciais na Universidade de Brasília (UnB). “Esse mestrado é importante. Além de aperfeiçoar conhecimento vai repercutir em melhoria salarial”, comenta.

Antonio Cardoso do Amaral, 32 anos, é professor há uma década na rede pública em Cocal dos Alves (PI), cidade a 300 km de Teresina que ganhou destaque pela conquista de medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). “Pelas condições de vida e geográficas, estava difícil cursar um mestrado. Mas era um sonho meu e essa oportunidade surgiu como uma luva”, conta o professor.

As aulas presenciais são na sexta-feira e o professor vai de ônibus ou de carona até a Universidade Federal do Piauí. Segundo ele, o conteúdo caiu bem para as necessidades em sala de aula. “Com a conclusão desse curso, eu já vejo que é possível ir mais longe com meu trabalho de matemática na olimpíada. Vou me sentir bem mais embasado para uma melhor orientação aos meus alunos”, acrescentou. “Quando o aluno tem talento, o professor tem de estar preparado, porque senão ele ultrapassa quem ensina.”
Em contrapartida ao investimento do governo federal, os professores bolsistas devem atuar na escola pública nos cinco anos seguintes após a conclusão do mestrado. A prioridade do Profmat é para professores de escolas públicas, mas 20% das vagas poderão ser preenchidas por docentes da rede privada.

Hoje a Capes tem 380 mestrados profissionais no país, com 13 mil alunos matriculados. No entanto, na modalidade semipresencial, o Profmat é o único. O diretor de educação a distância da Capes, João Carlos Teatini, acredita que a expansão dessa modalidade será acelerada no país. Programas de mestrado profissional semipresencial, em outras áreas de ensino, como letras e química, estão em estudo na Capes.

Rovênia Amorim